Sigrid, diva norueguesa indie pop, fala da vida 'agridoce' de popstar: 'Pressão me incomoda às vezes'

Sigrid, diva norueguesa indie pop, fala da vida 'agridoce' de popstar: 'Pressão me incomoda às vezes'

Sigrid mostrou ser uma diva indie pop com potencial, quando lançou o primeiro álbum, “Sucker Punch”, em 2019. Mas o disco teve desempenho aquém do esperado.

A cantora norueguesa de 24 anos só chegou na parte mais alta das paradas na Noruega, muito pouco para quem ganhou o título de aposta de 2018 na enquete "Sound of..." da BBC.

Adele e Sam Smith foram os vencedores anteriores. No ano em que Sigrid venceu, Billie Eilish e Lewis Capaldi foram citados na lista. Abaixo dela.

“Estou tão acostumada com a pressão... Tem que aprender a lidar. Claro que me incomoda às vezes, e é difícil, mas eu tento achar formas de seguir bem com isso”, explica ao G1, em entrevista por Zoom (veja no vídeo acima).

Sigrid

Divulgação/Universal

Após pausa de dois anos, Sigrid retoma a carreira com o single “Mirror” (veja trecho no vídeo do topo). É um dance pop sobre se acostumar com traços de personalidade próprios muitas vezes irritantes. Sigrid se cobra demais: quer controlar tudo que está em volta dela.

“Eu me preocupo muito com coisas que eu não tenho controle”, admite ela. “Só que eu gosto de ter controle e não gosto quando eu não tenho. E nessa indústria você tem que se acostumar com isso. Mas tem uma curva de aprendizado e, bem, eu me preocupo demais. É uma coisa que eu ainda estou trabalhando em mim”.

“Eu queria escrever um lembrete para mim mesma de que não há problema em não estar no seu melhor todo dia. Então, eu precisava dessa música. Foi uma benção ter essa música durante um ano e ficar ouvindo a versão demo.”

A cantora norueguesa Sigrid

Reprodução/YouTube da cantora

Além de “Mirror”, Sigrid tem escrito canções “com influências mais orgânicas”. O repertório deve seguir dividido entre faixas agitadas (“Don’t kill my vibe”, "Don't Feel Like Crying") e baladas (“Focus”, “Dynamite”).

“Eu sou emotiva e é por isso que eu escrevo essas canções, porque eu entro super em contato com minhas emoções, com a minha vida”, diz, falando sobre os singles mais lentos.

“Mas também sinto que sou forte e quero cantar uma música como ‘Strangers’, no palco, e ficar meio assim... cheia de adrenalina. Eu tenho vários lados e isso é o que faz ser divertido escrever música.”

Popstar, eu?

Sigrid

Divulgação/Universal

Em 2018, Sigrid cantou no Coachella, na edição do festival californiano conhecida como Beychella, por ter Beyoncé como atração principal.

O G1 viu a jovem norueguesa em ação, dançando no palco de camiseta branca e jeans, como se estivesse no quarto dela.

Ela repetiu o look básico em clipes, entrevistas e ao longo da turnê. Cansou de responder se, por acaso, o visual minimalista era calculado.

“Eu sou muito envolvida em cada aspecto da parte visual da minha carreira, e isso é muito importante para mim, os vídeos, o conceito das artes, tudo isso”, ela garante.

Sigrid com seu look básico da primeira era

Reprodução/Rede social da cantora

Ela diz que o look era para não gastar muito tempo pensando na roupa. Não curtia sequer botar uma maquiagem no rosto, porque “a pele não ficava boa com make”.

“É divertido pensar na minha imagem e quero explorar mais isso agora. Eu fiquei um pouco confusa quando estava nos eventos de divulgação do primeiro álbum e ouvia esses comentários”, diz, em menção aos repórteres falando do tal look repetido.

“E eu pensei: ‘peraí, talvez eu queira ir além disso’. Ainda fico um pouco confusa, acho um pouco estranho. Estou ainda tentando entender isso. Agora, tento pensar mais no que vou vestir, mas que também seja confortável.”

Sigrid

Divulgação/Universal

Sigrid ainda parece uma “garota normal”, meio assustada. Ela é o tipo de pessoa que usa a terceira pessoa do plural ao falar da carreira e cita a palavra “equipe” quatro vezes só nos três primeiros minutos de conversa.

Ainda parece estar se acostumando com a vida de popstar. Os primeiros contratos foram assinados por ela quando tinha 16 anos e estava no ensino médio.

“Foi bom, na maior parte do tempo. Eu tive que aprender a escrever e-mails por causa da música.”

Uma vida 'agridoce'

Sigrid em 2013

Divulgação

Nos últimos meses, Sigrid viveu entre Noruega, Dinarmaca, Los Angeles, Nova York e Londres, onde está agora. “Tento manter vidas diferentes em lugares diferentes, mas é meio agridoce viver assim.”

No meio do ano passado, ela tirou três meses de férias em Ålesund, cidade natal dela, com 40 mil habitantes e belíssimos fiordes. Ficou longe da música e perto da família, do namorado e dos amigos.

“Foi a primeira vez que fiquei dois meses sem tocar nada”, relembra. “Foi estranho, muito estranho. Mas fiquei feliz em passar um tempo com eles. Andei de ski, fiquei tranquila, vendo Netflix como uma pessoa normal, transando. Eu precisava dessa pausa mais do que eu pensava.”