Zakk Wylde grava disco do Black Label Society e brinca sobre Ozzy Osbourne: 'às vezes ele acha que sou só o cara da barba'

Zakk Wylde grava disco do Black Label Society e brinca sobre Ozzy Osbourne: 'às vezes ele acha que sou só o cara da barba'
Em entrevista ao g1, guitarrista barbudo fala sobre 11º álbum com a banda, amizade de 30 anos com vocalista do Black Sabbath e faz piada: 'trabalho só para pagar a conta do bar'. John DeServio, Jeff Fabb, Zakk Wylde e Dario Lorina formam o Black Label Society: A cara de mau engana

Justin Reich/Divulgação

Em 1897, com cerca de 20 anos, Zakk Wylde praticamente iniciava sua carreira já no topo, ao se juntar à banda que acompanhava Ozzy Osbourne em turnês. Para mostrar que ainda está na ativa, ele prepara atualmente o 11º disco de estúdio com o Black Label Society – graças a uma conta tão alta em um bar que ele ainda não pode nem pensar em se aposentar.

"Eu nem gosto mais de tocar. Eu não gosto mais de guitarra, de piano. Trabalho só pra pagar a conta do bar, cara", brinca o americano de 54 anos em entrevista ao g1.

Esse é, aliás, o tom de toda conversa com o barbudo bem-humorado. Ele é um dos guitarristas mais respeitados do metal, mas é praticamente impossível arrancar uma resposta minimamente séria.

"Então, é. A gente imaginava que ainda estaria tocando. Quando gravamos o 'Pride & glory', acumulamos uma conta de cerveja tão grande que o estrago foi imenso. Eu ainda moro numa tenda que nem consegui pagar. Eu não tenho carro. Não tenho nada."

O americano ri. Ele se refere ao projeto que o lançou também como vocalista e que lançou seu único disco em 1994. Quatro anos depois, reuniu o Black Label Society. De lá para cá, são 11 discos de estúdio. Dá para imaginar quantas contas não foram abertas.

Com lançamento previsto para 26 de novembro, a realização de "Doom Crew Inc." é uma prova que o sujeito é um brincalhão. Afinal, o álbum foi gravado no estúdio que tem em casa, apelidado carinhosamente de Vaticano Negro.

"Agora com o Dario (Lorina) viramos de verdade uma banda de tocadores de guitarra. Foi uma evolução. Quando eu toco piano, ele está na guitarra. Ele se envolveu mais nas loucuras e a gente conseguiu dobrar um pouco os solos", conta Wylde.

"Fazemos harmonia juntos, meio como os Allman Brothers, Judas Priest e Thin Lizzy, nos quais você precisa de dois caras. Então, ele tocou para cacete. O Dario é maravilhoso. Ele toca guitarra, piano, canta, lava os pratos, as roupas, faz um ótimo frango piccata. Ótimo."

'O cara da barba' de Ozzy

A relação com o vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, é próxima e antiga. Tanto que o cantor é padrinho de um de seus filhos. Mas claro que uma amizade de tanto tempo com o "príncipe da escuridão" tem seus momentos.

São mais de três décadas juntos entre idas e vindas. Em 2018, última vez em que vieram juntos ao Brasil para quatro apresentações, Zakk elevou a performance — já que, três anos antes, o público sentiu a ausência do guitarrista.

Mesmo com uma parceria tão longa, ele conta que há muitas vezes em turnês e em shows que o amigo nem sabe direito quem ele é.

"A gente está tocando, o Ozzy olha para mim e pergunta: 'qual o seu nome, mesmo?'", ele diz, entre risadas de quem já está acostumado.

"É compreensível. Ele esquece mesmo. Às vezes ele acha que sou apenas o 'cara da barba'. Em turnê, a gente chega a algum hotel e ele fala: 'Você levou minhas malas pro meu quarto?'. E eu acho apenas mais fácil falar que levei, sim."

Na noite anterior à entrevista, Zakk tinha conversado com o compadre e desejado sorte com a cirurgia que Ozzy faria, para tratar problemas na espinha e no pescoço.

Até porque, mais do que acompanhar o cantor em sua carreira solo, os dois escreveram diversas músicas juntos. Entre os sucessos, estão "No more tears" e "Mama, I'm coming home".

"Mas, você sabe, meu relacionamento com o Ozzy é muito maior que a música. Somos família. Ele sabe que sempre poderá contar comigo, e eu sei o mesmo sobre ele."