Capa do álbum 'Noturno', a pior da discografia de Maria Bethânia, causa decepção entre seguidores da cantora
Reprodução / Site Biscoito Fino♪ ANÁLISE – Assim que a gravadora Biscoito Fino divulgou a pré-venda do álbum Noturno, seguidores de Maria Bethânia começaram a expressar (compreensível) decepção com a capa do disco programado para ser lançado em 30 de julho, inclusive no formato de CD, fabricado em embalagem digipack. Inexpressiva, a capa do álbum Noturno é a pior da discografia de Maria Bethânia, cantora habitualmente zelosa com a embalagem dos LPs, CDs e DVDs que lança regularmente desde 1965. A ausência de qualquer atrativo na capa de Noturno obviamente gerou frustração entre o séquito da artista. Não foram poucos os comentários em redes sociais que manifestaram o descontentamento com a capa do álbum. Chegou a ser divulgado na imprensa que a capa de Noturno estamparia um bordado feito pela artista. Mas o que se viu a partir da tarde de terça-feira, 21 de julho, foi uma capa que, além de contrariar a natureza do título Noturno pela predominância quase absoluta da cor branca, não está à altura da importância de Bethânia na música brasileira. A história da indústria fonográfica está repleta de capas minimalistas. O álbum duplo The Beatles (1968), por exemplo, ficou popularmente conhecido como o Álbum branco dos Beatles justamente pelo minimalismo da capa branca que expunha tão somente o nome do grupo inglês. Mas ali havia um conceito. Mesmo que haja um conceito na capa de Noturno, a ser explicado pela artista nas entrevistas para promover o disco, a imagem deixa a sensação de que foi produzida sem esmero, somente porque o álbum precisava ter uma capa. É fato que, em disco (e em qualquer produto), o que mais importa é o conteúdo, e não a embalagem. A julgar pelos dois singles iniciais do álbum, A flor encarnada e Lapa santa, Noturno já se insinua como mais um dos grandes discos de Maria Bethânia. Talvez até por isso a capa do álbum Noturno tenha causado tanta (justa) frustação entre os seguidores de Bethânia por estar nitidamente aquém da trajetória majestosa da cantora na música do Brasil.