Justiça da Bahia deflagra operação de combate ao tráfico de armas por facções criminosas

A Justiça baiana em conjunto com a Polícia Federal no Estado da Bahia conduz na manhã desta terça-feira (5), a operação contra grupos suspeitos de entregar 43 mil armas para os líderes das maiores facções do Brasil.

Justiça da Bahia deflagra operação de combate ao tráfico de armas por facções criminosas
A Justiça baiana em conjunto com a Polícia Federal no Estado da Bahia conduz na manhã desta terça-feira (5), a operação contra grupos suspeitos de entregar 43 mil armas para os líderes das maiores facções do Brasil. Entre elas as facções denominadas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). O comércio ilegal movimentava R$ 1,2 bilhão.

Em nota, a PF informou que a operação denominada de Dakovo, se iniciou após investigações no Grupo de Investigações Sensíveis da Polícia Federal na Bahia - GISE/SR/PF/BA, indicarem "uma complexa e multimilionária engrenagem de tráfico ilícito de armas de fogo da Europa para a América do Sul". A apuração foi iniciada em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.

Segundo a polícia, uma empresa que funciona em Assunção, no Paraguai, seria a responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. As armas eram traficadas da Europa para o Paraguai, onde eram revendidas a intermediários que atuavam na fronteira do Brasil e o país vizinho. Após chegar na fronteira, as armas eram vendidas às principais facções criminosas do Brasil.

De acordo com a investigação, cerca de 43.000 armas passaram pelo Paraguai durante o período. Foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no Brasil. Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Ceará foram os estados que passaram pela operação.

A operação está sendo realizada nesta manhã pela Polícia Federal no Estado da Bahia, em parceria com Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai.

A ação contou ainda com a FICTA (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições), que é composta pela HSI (Homeland Security Investigations), SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) sob Supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.

Já o processo está em curso na 2º Vara Federal de Salvador, que expediu 25 mandados de prisões preventivas, seis ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão em três países, Brasil, Paraguai e Estados Unidos. A Justiça baiana estabeleceu também que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e caso, sejam presos, sejam extraditados para o Brasil.

O argentino Diego Dionísio é o principal alvo da PF. O contrabandista mora no Paraguai e seria um dos maiores envolvidos no caso.