Atletas baianos celebram vice no Mundial Master de Jiu-Jitsu: "Alegria sem tamanho"

A Bahia foi muito bem representada no Mundial Master de Jiu-Jitsu, disputado no início de setembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Atletas baianos celebram vice no Mundial Master de Jiu-Jitsu: "Alegria sem tamanho"
A Bahia foi muito bem representada no Mundial Master de Jiu-Jitsu, disputado no início de setembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Marcos Borges e Vugner Silva foram vice-campeões em categorias de diferentes.

Lutador de Feira de Santana, o policial militar da reserva Marcos Borges, conhecido como Marcão, falou da sensação de ter subido no pódio da competição. Aos 53 anos, ele disputou a categoria faixa preta máster 5, no peso super-pesado, e só foi parado na quarta e última luta da competição ao ser derrota na final pelo americano Christopher Howe.

"É algo que só quem vive pra saber. Minha felicidade como atleta fica ao conquistar um pódio em um mundial. Cada luta é uma final, porque se você perder a primeira e a segunda não chega no pódio. Quando chega na terceira luta, querendo ou não você fica mais tenso, porque é que define se você vai ao pódio ou não. Foi isso o que aconteceu. Não vou dizer que foi fácil, mas a gente conseguiu colocar um ritmo mais forte. Eu tinha treinado para em todas as lutas dar um passo à frente. E foi uma luta que acabou rápido e deu até um tempo maior para descanso. Quando você já se imagina no pódio, a felicidade toma conta. É aquela luta de conter a euforia, porque ainda tinha mais uma luta pela frente. Mas os ânimos voltaram ao normal, estávamos muito confiantes. Posso dizer, de verdade, que estou muito feliz pela colocação, sabendo que poderia ter alcançado o título, mas também poderia ir para o outro lado. Eram dois atletas muito bem preparados", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.

"Minha mão não foi levantada naquele dia, mas a sensação de estar no pódio... Eu estava com um sorriso largo e agradecido, porque a conquista de um pódio num vestibular tão difícil em meio a tantos atletas do mundo inteiro, é motivo de uma alegria sem tamanho. Representar nosso estado, mostrando a força do baiano e a garra do nordestino. Isso nos traz um orgulho sem tamanho. Além de, como policial militar, representar a corporação, minha classe que representei por mais de 33 anos. É motivo de muita alegria receber mensagens de colegas me parabenizando pelo vice-campeonato mundial", completou.

Marcos Borges ficou em segundo lugar | Foto: Arquivo Pessoal

Marcão já havia participado de outras edições do Mundial. Inclusive, foi campeão usando a faixa marrom. Como preta, ele estava na sua segunda participação. No ano passado, ele acabou sendo derrotado logo na estreia. Mas o revés serviu como trampolim para subir no pódio.

"Já disputei na faixa marrom. Na verdade, dois. Um eu não fui bem sucedido, mas no ano seguinte fui campeão mundial em Las Vegas. Na faixa preta, fui parado na primeira luta no ano passado. Foi uma luta que terminou sem pontos, sem vantagens, por decisão do árbitro. Aquela luta foi um divisor de águas onde nos fez enxergar que faltou um detalhe muito pequeno e que cabia treinar mais, aprimorar os detalhes, mas deixou a sensação de confiança. Foi uma derrota que aumentou a confiança. Para esse ano fizemos um camp mais diversificado, visitando outros CTs da nossa equipe e de outras equipes daqui da região", destacou.

Para conseguir bancar a viagem, Marcão conta que fez algumas manobras para levantar recursos, dentre elas, chegou a promover rifas. Além de contar com parcerias feitas ao longo dos anos e o apoio da família.

"Nesse tempo algumas parcerias foram de se formando. Tenho uma parceria com um nutricionista de Feira de Santana há muitos anos, outra com uma loja de suplementos, com uma farmácia de manipulação. Tem uma academia em Feira para local de treinamento. A parte financeira, a gente improvisa. Algumas empresas nos apoiam. "Meu nutricionista também entrou com uma parte pecuniária. Outros valores que eu gastaria com a preparação foram convertidos em suplementos, manipulados. Fiz um caixa particular, uma empresa de segurança nos apoiou também a estar nessa competição. Claro que a gente envolve também um pouco da nossa renda pessoal para completar isso. É onde a família entra, pois são sacrifícios coletivos, abrindo mão de viagens no final do ano. Mas é algo conversado antes", disse.

Foto: Arquivo Pessoal

Após a conquista do vice-campeonato mundial, Marcão estabeleceu a meta de encerrar o ano no primeiro lugar do ranking brasileiro da categoria na faixa preta. O atleta vai disputar os torneios Open de Salvador, no final deste mês, e de Curitiba, que será em meados de outubro.

"Vou tentar reunir recursos para essas competições, porque minha meta pessoal é terminar o ano em primeiro lugar no ranking brasileiro", finalizou.