Marinho expõe preocupação de que Brasileirão seja paralisado, e procuradores descartam hipótese

O Campeonato Brasileiro de Futebol das séries A e B não corre qualquer risco de ser paralisado por conta das denúncias de manipulação de jogos por quadrilhas especializadas em apostas.

Marinho expõe preocupação de que Brasileirão seja paralisado, e procuradores descartam hipótese
O Campeonato Brasileiro de Futebol das séries A e B não corre qualquer risco de ser paralisado por conta das denúncias de manipulação de jogos por quadrilhas especializadas em apostas. A afirmação foi feita por Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, de Goiás, após ser indagado pelo deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA), na CPI da Manipulação de Partidas, sobre essa possibilidade que, segundo ele, angustia torcedores em todo o País.

A comissão de inquérito se reuniu nesta terça-feira (30) para ouvir o presidente do Vila Nova e também os procuradores Cyro Peres Terra e Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Convidados a prestarem depoimento por requerimento do deputado Márcio Marinho, os procuradores participaram das ações da Operação Penalidade Máxima, que denunciou 16 pessoas por fraudes e manipulação de resultados de 13 partidas de futebol.

Márcio Marinho disse que o Brasil ficou boquiaberto com as denúncias que chegaram a público, e que lembram, segundo ele, o escândalo da Máfia do Apito, ocorrido há 18 anos. "Depois de 18 anos, temos novamente a mesma situação acontecendo no Brasil", disse o deputado. Marinho indagou aos depoentes se "o cidadão apaixonado por futebol pode ficar tranquilo ao acompanhar os jogos da série A e B?"

Os procuradores disseram em resposta que as fraudes eram comandadas por uma organização criminosa independente, formada por financiadores, apostadores, intermediadores e outros personagens, responsáveis por aliciar atletas. Até o momento, segundo eles, não há indícios de participação de clubes, de casas de apostas e também de árbitros de futebol no esquema criminoso.

O deputado Márcio Marinho perguntou ainda ao presidente do Vila Nova se os torcedores poderiam ficar tranquilos ao assistir as próximas partidas dos campeonatos, sem terem medo de que existam suspeitas de ilegalidades sobre os resultados. Hugo Jorge Bravo disse ao deputado baiano que "só se for maluco para tentar fazer alguma coisa ilegal neste momento em que tudo está sendo investigado, e que todos os olhos estão em cima das partidas". O presidente do Vila Nova disse ainda que a tentativa de manipulação não interferiu nos resultados finais das partidas.

Os procuradores do Ministério Público de Goiás entregaram ao presidente da CPI, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), os documentos da investigação que vem sendo realizada no Estado. O deputado Leur Lomanto Jr. (União-BA), membro da CPI, havia apresentado requerimento na semana passada (e que foi aprovado pelos deputados) pedindo total acesso da comissão às investigações da Operação Penalidade Máxima que trouxe à público o escândalo.