Orquestra Ouro Preto toca bossa nova em concerto

Um banquinho, um violão e canções que mudariam para sempre a história da música brasileira.

orquestra ouro preto 12 maio

Um banquinho, um violão e canções que mudariam para sempre a história da música brasileira. Assim nascia há 65 anos o estilo popularizado por nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra – que nesse mês de maio completa 90 anos de idade – e Roberto Menescal. Motivos mais que especiais para a homenagem que tem estreia marcada para o dia 20 de maio, às 20h30, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte. O concerto "Essa Tal de Bossa Nova" é inspirado no livro homônimo da biógrafa, escritora, historiadora e jornalista Bruna Ramos da Fonte, e traz um repertório com temas que ajudam a narrar e contextualizar o surgimento do movimento.

Passadas mais de seis décadas desde seu surgimento, a bossa nova continua a encantar plateias e artistas mundo afora, com suas harmonias sofisticadas e sutileza interpretativa que se tornaram uma marca do Brasil no exterior. Em "Essa tal de Bossa Nova", música e história se unem em um concerto comentado que busca conduzir o público pelo percurso que deu origem ao movimento, considerando o contexto social e artístico da época.

Para isso, a Orquestra conta com a participação especial de Bruna Ramos da Fonte que, entre a execução de uma música e outra, vai partilhar com o público algumas histórias por trás das canções. O objetivo é explicar o desenvolvimento do gênero, elevando a experiência do público a um nível no qual a emoção e o conhecimento dançam lado a lado. "Acho que a grande novidade é o fato de ser um concerto comentado, diferenciado, do qual o público vai sair entendendo um pouco mais da ascensão da bossa nova por intermédio da Orquestra Ouro Preto e da presença de Bruna", afirma o maestro Rodrigo Toffolo, diretor artístico e regente titular da formação mineira.

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"Como o conceito desse repertório é mostrar a transição entre o samba-canção e a bossa nova, da bossa para a música de protesto e da música de protesto para a bossa nova que ganhou o mundo, achei muito importante comentar, porque foi um repertório escolhido de forma muito cuidadosa. Não tem nenhuma canção ali que tenha sido escolhida de forma aleatória", completa Bruna.

A música eleita para abrir o concerto foi “Canção de Amor”, gravada por Elizeth Cardoso, em 1958, no disco “Canção do Amor Demais”, considerado por especialistas o marco inicial do movimento. No álbum, a cantora Elizeth Cardoso interpreta composições de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, com destaque para o acompanhamento do violão de João Gilberto, com uma batida de samba peculiar, até então inédita aos ouvidos, que se tornaria característica da bossa nova.

Estão também no repertório “Chega de Saudade” e “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; “Ho-ba-la-lá”, de João Gilberto; “O Barquinho”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; “Samba de Verão”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle e “Influência do Jazz”, de Carlos Lyra, entre outras canções. "A ideia é que o público saia do teatro não só sabendo que ouviu boas músicas e um repertório fantástico, mas que saiu com um pouquinho mais de informação", garante Bruna Ramos da Fonte.