Tourinho propõe estudo sobre mudança do circuito Barra-Ondina e diz que não pode se resolver "numa canetada"

Prestes a iniciar o que pode ser o último Carnaval nos moldes atuais na região da Barra-Ondina, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador Pedro Tourinho pregou calma para a mudança. Com o debate para a alteração do circuito (veja mais), o novo responsável pela pasta revelou ao Bahia Notícias que as medidas não podem ser tomadas "numa canetada".

"Tem que ser estudado. Realmente estudado com perspectiva do município. Pois tudo tem prós e contras. A especulação da Barra é muito afetada pela monetização alta do Carnaval, muita gente tem imóvel para fazer Carnaval uma vez por ano. Aquela avenida fica completamente sucateada, porque as pessoas estão esperando uma oportunidade de fazer negócio, que talvez pague o aluguel de um ano inteiro, então você não cria novos empreendimentos imobiliários ali. É uma coisa triste, é uma rua super importante", apontou Tourinho.

Além da especulação imobiliária do local, o novo chefe da Cultura e Turismo do município revelou que a região também é impactada pelas estruturas para o evento. "Pense que no mês mais rico de turista na cidade, a Barra Ondina vira um campo de obras. Você tem muitas estruturas tubulares, tapumes, no grande ponto turístico da cidade, no ponto turístico de maior acesso e desejo de turista de estarem lá. Esses dois pontos, por si só, já fazem repensar", disse.

Apesar da análise para a mudança, o secretário ressaltou que a alteração não "deve ser feito da noite por dia". "Tem pessoas que já se estabeleceram lá, que tem seu negócio, a questão cultural, a questão da vista do mar, que é super avaliada, que do jeito que está hoje as pessoas não veem o mar, pois tem muitas estruturas. Muito apertado. Definitivamente tem que pensar, pragmaticamente. Mas não se resolve numa canetada", ponderou.

Como já realizado neste Carnaval, a intensificação das atrações no Campo Grande seria ainda mais ampliada, segundo Tourinho. "Por outro lado, o circuito do Centro, com esse reposicionamento tende a se tornar uma outra experiência de Carnaval", comentou.