Meu Diário da Copa: Foi desesperador assistir à final apoteótica entre França e Argentina
Foi desesperador assistir à final apoteótica da Copa do Mundo de 2022. França e Argentina fizeram, no último domingo (18), um dos maiores jogos entre seleções da história. De um lado, a vontade sul-americana de tirar o grito da garganta de seu torcedor, entalado desde 1986. Sob o comando do surpreendente Lionel Scaloni, a Albiceleste foi impecável até os 35 minutos do segundo tempo, o que deu ao torcedor a confiança para gritar "Olé". Do outro lado, contudo, havia um fenômeno. Kylian Mbappé provou, mais uma vez, que nasceu para decidir. O atacante foi o responsável por manter a irreconhecível seleção francesa no jogo quando tudo parecia ir por água abaixo. O drama da prorrogação e das penalidades foi o ingrediente perfeito para mostrar que a receita da Copa do Mundo dá certo. A cereja no bolo de uma competição que pode ter frustrado as expectativas de muitos - principalmente dos brasileiros -, mas que não ficou devendo em emoção. Foi no Catar que tivemos, pela primeira vez, uma seleção africana disputando uma semifinal de Copa e terminando na quarta colocação. E mais, muito mais. Quem não se lembrará da vitória da Arábia Saudita sobre os campeões mundiais? Das vitórias do Japão sobre Alemanha e Espanha, de virada? Do voleio de Richarlison que garantiu o gol mais bonito da competição? De Cristiano Ronaldo chorando após encerrar sua participação em Copas sem um título? De Dibu Martínez fazendo a defesa mais importante de sua vida, e garantindo o respiro final para Argentina e Messi? Foi desesperador assistir à final apoteótica da Copa do Mundo de 2022 porque foi a última de uma era. A partir de 2026, o torneio será completamente modificado. Novas histórias serão construídas, mas com a incerteza sobre o brilho e o futuro dos jogos. Permanece a memória e a saudade daquilo que já vivemos.