À revelia dos clubes, Liga do Nordeste dificulta rompimento com a LiveMode; Constantino Júnior nega

A Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste, conhecida popularmente como Liga do Nordeste, ainda não não fez a rescisão contratual com a LiveMode. A decisão para o distrato partiu das agremiações, em reunião realizada no mês passado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) (relembre aqui).

Segundo apurou o Bahia Notícias, o presidente em exercício da Liga do Nordeste, Constantino Júnior, tem colocado entraves para sacramentar a rescisão. Diversos dirigentes de clubes, que optaram em não ter seus nomes revelados, fizeram queixas neste sentido. Um cartola foi mais contundente e disse que o processo interno anda "com passos de formiga e sem vontade". Porém, o mandatário da entidade nega.

"Não tem nenhum entrave. Existe uma comissão com alguns dirigentes para tratar da rescisão. E as coisas estão caminhando. Está muito próximo de um desfecho", afirmou Constantino Júnior, em contato com o Bahia Notícias.

Na reunião realizada em novembro, ficou acertado que a rescisão aconteceria em até 30 dias. Esse prazo expirou no último dia 11 de dezembro.

ENTENDA O CASO

O motivo alegado pelos clubes para a rescisão de contrato é a falta de transparência no acordo entre a Liga do Nordeste e a LiveMode. A venda dos direitos da Copa do Nordeste foi feita no valor de R$ 12 milhões por ano pelo período de cinco anos, no último mês de maio, sendo que a projeção é arrecadar mais de R$ 30 milhões só em 2023.

O acordo foi estabelecido na gestão de Alexi Portela, que após pressão dos clubes, renunciou à presidência (relembre aqui).

Além da venda dos direitos de transmissão, a LiveMode é responsável por toda operação comercial da Copa do Nordeste, como cotas de patrocínio e publicidade nas placas.

CBF QUASE DOBROU RECEITAS PARA OS CLUBES

Após o anúncio da rescisão com a LiveMode, a CBF fez um aporte financeiro, que praticamente dobrou as receitas destinadas aos clubes participantes da Copa do Nordeste. O valor destinado para as agremiações é de R$ 41,6 milhões, contra R$ 28 milhões dos anos anteriores - aumento de 48,57%. O Bahia Notícias apurou que a primeira parcela já foi paga.

As federações também receberão um aumento, de R$ 4,95 milhões para R$ 5,85 milhões.

O movimento só foi possível porque a CBF se comprometeu a arcar com os custos operacionais do Nordestão, que somam R$ 5,3 milhões. Além disso, os clubes ficarão responsáveis pela comercialização das propriedades, o que os inibe da remuneração de agência, de R$ 4,75 milhões.

O valor global continua sendo de R$ 52,1 milhões. São R$ 15 milhões do SBT (TV Aberta), R$ 8,79 milhões da Disney (TV Fechada) e R$ 28,3 milhões de Marketing e Digital. A única parte dessa receita que não irá para os clubes e para as federações será a taxa paga à Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF), que é de R$ 4,63 milhões.