44 mil alagoanos se declaram bissexuais ou homossexuais, aponta pesquisa do IBGE

44 mil alagoanos se declaram bissexuais ou homossexuais, aponta pesquisa do IBGE
Taxa correponde a apenas 1,8% da população adulta do estado. Levantamento é inédito no país. Pesquisa do IBGE aponta que 44 mil adultos se declaram homossexuais ou bissexuais em Alagoas

Caio Loureiro

44 mil adultos se declararam homossexuais ou bissexuais em Alagoas, é o que revela uma pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (25), com dados de 2019.

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A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), no Quesito Orientação Sexual, investigou pela primeira vez, e em caráter experimental, essa característica da população brasileira.

De acordo com o levantamento, considerando os 2,4 milhões de habitantes adultos que o estado tinha no ano da pesquisa, 96,6% se declararam heterossexuais; 1,8%, homossexuais ou bissexuais; 1,5% não sabiam sua orientação sexual ou não quiseram responder; e 0,1% declararam outra orientação sexual, como assexual e pansexual, por exemplo.

Na capital, do total de 782 mil habitantes adultos, 18 mil se declararam homossexuais ou bissexuais, o que corresponde a 2,3% da população; 2,2% se recusaram a responder ou não sabiam; e 95,4% se declararam heterossexuais.

O Nordeste foi a região brasileira onde menos adultos se autodeclararam homossexuais ou bissexuais, com uma porcentagem de 1,5%, menor do que o percentual nacional de 1,8% (2,9 milhões de brasileiros que se declaram homossexuais ou bissexuais). O maior percentual foi registrado no sudeste, 2,1%.

As informações foram divulgadas em caráter experimental, segundo o IBGE, porque ainda não atingiram um grau completo de maturidade em termos de harmonização, cobertura ou metodologia. Até então, a estatística disponível sobre a temática LGBTQIA+ no Instituto era a de casais do mesmo sexo.

O método utilizado pela pesquisa foi a escolha aleatória de um morador do domicílio no momento da entrevista, para responder sobre a sua orientação sexual. Ele respondeu à pergunta “Qual é sua orientação sexual?” e como opções de resposta: heterossexual; homossexual; bissexual; outra orientação sexual; não sabe; e recusou-se a responder.

De acordo com o IBGE, a privacidade do entrevistado foi assegurada, sendo oferecido que ele mesmo preenchesse a resposta no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) utilizado pelos entrevistadores.

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Ainda assim o número de pessoas que não quiseram responder no estado (1,5%) foi quase igual ao número de pessoas que se declararam homossexuais ou bissexuais (1,8%).

Em nível nacional, a porcentagem de pessoas que não quiseram responder, em relação às que se declararam homossexuais ou bissexuais aumenta.

"O número de pessoas que não quiseram responder pode estar relacionado ao receio do entrevistado de se autoidentificar como homossexual ou bissexual e informar para outra pessoa sua orientação sexual”, analisa nacionalmente a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Perguntas sobre a orientação sexual e identidade de gênero não foram incluídas no censo demográfico de 2022. Segundo o IBGE a metodologia de captação das informações permite que um morador possa responder por ele e pelos demais residentes do domicílio, e devido ao caráter particular da informação, a pergunta deve ser respondida de forma individual.

“Pelo caráter sensível e privado da informação, as perguntas sobre a orientação sexual de um determinado morador devem ser respondidas por ele mesmo”, explicou o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

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