Alma de Cássia Eller paira sobre 'Espírito do som', single com gravação inédita de 1985

Alma de Cássia Eller paira sobre 'Espírito do som', single com gravação inédita de 1985
Registro de blues festeja o 59º aniversário da artista, morta há 20 anos, e abre ciclo de tributos que se estenderão ao longo de 2022. ? O baú aparentemente sem fundo de Cássia Rejane Eller (10 de dezembro de 1962 – 29 de dezembro de 2001) vai ser constantemente aberto a partir de hoje e ao longo do próximo ano de 2022.

Efemérides relativas à cantora, compositora e instrumentista carioca motivarão as edições de gravações inéditas e de projetos fonográficos coletivos que celebram a obra e o legado dessa artista que marcou época na música brasileira ao longo da década de 1990, mas que entrou em cena em Brasília (DF) no início dos anos 1980.

Os pretextos para as homenagens em discos e tributos póstumos são os 20 anos de morte de Cássia Eller – a serem completados em 29 de dezembro deste ano de 2021 – e o 60º aniversário de nascimento da artista, festejado daqui a exatamente um ano.

A celebração começa hoje – 10 de dezembro de 2021, dia em que a cantora poderia estar festejando 59 anos de vida se não estivesse saído precoce a abruptamente de cena aos breves 39 anos – com a edição do inédito single Espírito do som com capa que expõe Cássia em foto tirada por Deborah Dornellas na década de 1980.

Viabilizado através de parceria do selo Porangareté com a gravadora Universal Music (detentora de toda a obra fonográfica de Cássia Eller), o single apresenta gravação inédita da música Espírito do som, blues de autoria de Chico Evangelista e Péricles Cavalcanti.

Há seis anos, a composição deu nome ao álbum O espírito do som - Vol. 1 – Segredo – Cássia Eller em Brasília (2015), distribuído via Coqueiro Verde Records no formato de CD, mas a música-título não figurou entre as dez gravações desse primeiro volume (o segundo nunca foi lançado).

O embrião do single Espírito do som foi o áudio com o registro dessa música com a voz e o violão de Cássia. De 1985, a performance ao vivo tinha sido captada em apresentação do show Dose dupla, feito por Cássia em Brasília (DF) com a cantora lírica Janette Dornellas, sob a direção musical de Márcio Faraco (a direção geral do show era de Marcelo Saback).

Preservado em fita cassete em poder de Chico Chico, filho de Cássia, o áudio da gravação de Espírito do som foi restaurado pelo engenheiro de som Bruno Giorgi para possibilitar o acréscimo – sob a voz e o violão de Cássia – de instrumentos tocados por banda arregimentada pelos produtores musicais Chico Chico, Pedro Fonseca e Rodrigo Garcia.

Os toques dos músicos Cesinha (bateria), Kadu Mota (guitarra), Marfa Kurakina (baixo), Pedro Fonseca (piano e órgão) e Rodrigo Garcia (violão) encorparam o arranjo da gravação. Contudo, é a alma de Cássia Eller que paira soberana através do canto rascante do blues Espírito do som.