Modelo acusa Robin Thicke de assédio na gravação do clipe 'Blurred Lines'

Modelo acusa Robin Thicke de assédio na gravação do clipe 'Blurred Lines'
Emily Ratajkowski afirma, em biografia, que cantor apalpou seus seios sem permissão. Hit de 2013 já tinha sido acusado de promover cultura do estupro. Emily Ratajkowski acusa Robin Thicke de assédio na gravação do clipe 'Blurred Lines'

Reprodução/YouTube/Robin Thicke

A modelo e atriz americana Emily Ratajkowski acusa o cantor Robin Thicke de assédio na gravação do clipe "Blurred Lines". Ela falou pela primeira vez sobre o caso na biografia "My Body".

Emily explica que topou gravar o clipe nua por confiar na diretora Diana Martel, mas o plano não saiu como planejado quando Thicke chegou bêbado ao set.

"De repente, do nada, senti a frieza e a estranheza das mãos de um estranho envolvendo meus seios nus por trás. Eu instintivamente me movi longe, olhando de volta para Robin Thicke".

"Ele deu um sorriso bobo e cambaleou para trás, com os olhos escondidos atrás dos óculos escuros", continua.

Atriz e modelo Emily Ratajkowski em foto de 2021

Eugene Gologursky/Getty Images via AFP

A modelo conta que Diana perguntou se ela estava bem e encerrou a gravação após o acontecimento.

De acordo com o trecho, a diretora confirmou a versão da modelo dizendo: "Lembro do momento em que ele agarrou os seios dela. Um em cada mão. Ele estava de pé atrás dela enquanto os dois estavam de perfil. Eu gritei com minha voz agressiva do Brooklyn: 'O que diabos você está fazendo, é isso! A sessão acabou!".

Procurada pela imprensa internacional, a equipe de Thicke não comentou publicamente o caso até a última atualização desta reportagem.

Ainda na biografia, a modelo que acusa o cantor de assédio diz que gostaria ter tido outra reação no momento.

"Empurrei meu queixo para a frente e encolhi os ombros, evitando contato visual, sentindo o calor da humilhação bombear meu corpo", escreveu Emily. "Eu não reagi - não realmente, não como eu deveria".

Música polêmica

A música é uma parceria entre Thicke, T.I e Pharell Williams e ficou entre os hits do verão americano de 2013, ao lado de "Get Lucky", do Daft Punk, mas tanto a letra quanto o clipe foram criticados pelo tom misógino e sexista.

A música chegou a ser banida por uma lista de universidades depois que sua letra foi acusada de promover a cultura do estupro.

Também acusado de ter conteúdo sexualmente explícito, o clipe tem mais de 763 milhões de visualizações no YouTube desde o lançamento em março de 2013.

O cantor de "Happy", Pharell Williams, chegou a dizer, em 2019, que sente "vergonha" da música.

"Percebi que existem homens que usam essa mesma linguagem quando se aproveitam de uma mulher, e não importa que esse não seja meu comportamento", disse ele à revista GQ na época. "Só importa como isso afeta as mulheres."

Os artistas ainda foram condenados por plágio em relação à "Blurred Lines".

Decisão da justiça americana afirmou, em 2015, que hit é uma cópia de "Got to give it up", de Marvin Gaye, e condenou a dupla a pagar US$ 7,4 milhões de dólares.