Clarinetista Caetano Brasil propõe outros caminhos para obra de Pixinguinha em álbum previsto para 2022

Clarinetista Caetano Brasil propõe outros caminhos para obra de Pixinguinha em álbum previsto para 2022

Calcada no choro, essa obra abrange gêneros musicais como samba, maxixe, valsa e o jazz com o qual o clarinetista e saxofonista mineiro Caetano Brasil sugere outros caminhos para a música de Pixinguinha em álbum instrumental em tributo ao compositor, saxofonista, flautista e maestro carioca.

Intitulado Pixinverso – Infinito Pixinguinha, o terceiro álbum de Caetano Brasil está em fase de gravação e propõe reaproximações entre o choro e o jazz contemporâneo com o tempero da world music. Caetano intenciona oferecer outro olhar sobre temas de Pixinguinha.

A releitura do choro-canção Carinhoso (1917) – escolhida para ser a primeira amostra do disco em single programado para 10 de setembro – mostra, ao longo de cinco minutos e 13 segundos, que Caetano Brasil segue de fato outros caminhos harmônicos ao abordar a música mais famosa do cancioneiro de Pixinguinha.

A gravação do álbum Pixinverso – Infinito Pixinguinha é consequência natural da trajetória de Caetano Brasil, músico que já está em cena há onze anos com prestígio ascendente na cena instrumental brasileira, tendo lançado o primeiro álbum, Caetano Brasil (2015), há seis anos.

Caetano Brasil adota visual fashion na promoção do disco 'Pixinverso – Infinito Pixinguinha'

Igor Tibiriçá

A obra do compositor de Rosa (1917) – valsa também selecionada por Caetano Brasil para o repertório do disco – vem sendo tocada continuamente pelo clarinetista mineiro em apresentações em rodas de choro e em salas de concerto.

Aliás, a ideia do disco Pixinverso começou a ser gerada quando o clarinetista ainda gravava o segundo álbum, Cartografias (2019). Na ocasião, Caetano Brasil chegou a abordar o choro Um a zero (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1946) em gravação editada em single em dezembro de 2020.

Caetano Brasil explica as intenções do disco em que aborda sucessos e também temas menos ouvidos da obra de Pixiguinha, caso da Canção da odalisca (Pixinguinha com letra de Uriel Lourival, 1932), tema que somente chegou ao disco em 2009:

“Quero reapresentar Pixinguinha para o meu tempo de confusão urbana, de prédio e de internet, com todas as interferências que as ondas invisíveis que nos atravessam podem causar. Pixinverso propõe uma reconexão com a cultura popular brasileira – da qual Pixinguinha é embaixador – com a essência do choro, que é provavelmente o retrato musical mais fidedigno do nosso povo”, acredita o músico.

Os arranjos do álbum Pixinverso são feitos para formação de quarteto. Além do clarinete e/ou saxofone tocados por Caetano Brasil, há piano, baixo e bateria. “Os arranjos têm características muito dinâmicas – quase camerísticas – em que os quatro instrumentos principais se revezam nas funções de solista e acompanhador, surpreendendo o ouvinte a cada esquina, mesmo nas melodias que já têm lugar cativo em nossos corações. Planejo ainda algumas variações desta formação básica, como duo meu com piano e adição de outros instrumentos, como quarteto de cordas e acordeom para perfumar ainda mais alguns capítulos desta história”, adianta Caetano Brasil, com lirismo.

O álbum Pixinverso – Infinito Pixinguinha tem lançamento previsto para março de 2022.

Pixinguinha (em 1969, em frente à igreja do Rio de Janeiro) tem obra abordada no terceiro álbum de Caetano Brasil

Maureen Bisilliat / Acervo IMS