Defasagem orçamentária põe obstáculos para adequações e adoção de protocolos na Ufba

Os cortes que os recursos destinados às universidades vêm sofrendo têm dificultado o andamento dos trabalhos e colocado obstáculos nas adequações dos espaços físicos e adoção de protocolos para retomada presencial das aulas. O argumento é do reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) João Carlos Salles, que foi o entrevistado desta quarta-feira (24) do programa Bahia Notícias no Ar, da rádio Salvador FM 92,3.

O reitor afirma que há uma "defasagem orçamentária" na realidade das universidades públicas. Segundo ele, o orçamento atual é equivalente ao de 10 anos atrás, "desconhecendo inflação, novos cursos, ampliação da universidade".

João Carlos Salles defende que defender a universidade é o mesmo que defender a produção de conhecimento, projeto de sociedade de longa duração. "Quando a gente escolhe apoiar a universidade, a sociedade escolhe a intelectualidade, a capacidade de formar pessoas", opinou.

Ele ressalta o papel que a academia tem desempenhado durante a pandemia da Covid-19, que mais uma vez tem mostrado seu valor. "A universidade é equipamento que tem ajudado a combater, fazer orientações, estudos, sequenciar vírus", exemplificou.

Em seguida, sinalizou a necessidade de investimentos na retomada de atividades, para que alunos não sejam prejudicados.

A Ufba está realizando aulas na modalidade remota. No início do semestre, em 1º de março, estavam previstas aulas práticas presenciais para alguns cursos, mas elas tiveram que ser suspensas devido ao agravamento da pandemia.

O reitor ainda falou dos prejuízos. "Muitos alunos não puderam se matricular, mas temos 22 mil matriculados, é número significativo", disse ao defender a adoção da modalidade de ensino remoto sob o argumento de que o pretexto de "não deixar ninguém de fora acabaria deixando todos de fora". Segundo ele, a universidade está "examinando todas formas de evitar prejuízos".