Há 34 anos, morria o cantor e compositor baiano Raul Seixas

"Pai do Rock Brasileiro", "Maluco Beleza" ou "Raulzito", como era e, ainda é carinhosamente chamado pela comunidade artística e pelos fãs

Há 34 anos, morria o cantor e compositor baiano Raul Seixas

Em 21 de agosto de 1989, morre o cantor e compositor baiano Raul Seixas, considerado um dos maiores músicos do Brasil e pioneiro do Rock nacional. Ele se autodenominava "Maluco Beleza" e teve cinco esposas. O abuso da bebida lhe rendeu uma pancreatite aguda e foi a causa de sua morte.

O alcoolismo não impediu que ele lançasse um novo estilo musical. Raul fundiu o rock com todos os ritmos brasileiros e criou a nova "identidade" musical que mesclava o frenético rock com gêneros que iam do xote ao baião.

"Pai do Rock Brasileiro", "Maluco Beleza" ou "Raulzito", como era e, ainda é carinhosamente chamado pela comunidade artística e pelos fãs, lançou mais de 20 discos, em 26 anos de carreira.

Por todos os recantos do Brasil, em grandes e pequenos espetáculos, em luaus, rodinhas de violão, bares e casas de Show? Raulzito virou uma mania nacional. E sempre, no meio do povão, tem alguém gritando: "Toca Raul!".

Raul Seixas, de fato, inspirou gerações. O músico Zeca Baleiro, por exemplo, chegou a compor uma música falando das inúmeras vezes que o público pediu para que ele tocasse Raul.

De natureza inquieta o "Maluco Beleza" dizia estar sempre em transformação. E suas músicas revelaram ao mundo sua real natureza.

Um ano antes de morrer, em 1988, Raul compôs, gravou e excursionou com o também baiano Marcelo Nova, vocalista da banda punk Camisa de Vênus.

Aos 44 anos, o "Maluco Beleza" lançou seu último LP – A Panela do Diabo –, dois dias antes de ser encontrado morto, em seu quarto.

Depois de "sair de cena", Raulzito passou a ser ainda mais venerado e seus trabalhos póstumos foram todos sucesso de vendas.



O dia em que Raul Seixas e Jackson do Pandeiro se encontraram para gravar um clássico da música brasileira




Raul Seixas é considerado o pai do rock brasileiro, mas antes de se consagrar como cantor e compositor, ele teve uma experiência marcante como produtor musical. Contudo, em 1972, ele conseguiu gravar uma de suas músicas para concorrer no VII Festival Internacional da Canção. Incentivado pelo produtor Marcos Mazolla, ele convidou um de seus ídolos, o paraibano Jackson do Pandeiro, para participar da gravação de uma de suas músicas que hoje é um dos clássicos de sua obra: o rock-baião "Let me sing, let me sing".

Jackson do Pandeiro era um dos maiores nomes da cultura nordestina naquele momento, conhecido como o Rei do Ritmo por sua habilidade com o pandeiro e sua mistura de gêneros como baião, coco, xote, samba e rock. Em 1960, ele havia gravado "Chiclete com Banana", uma canção que sintetizava a proposta de fusão cultural que Raul Seixas buscava em sua obra. Na letra, ele dizia: "Eu só boto bebop no meu samba/Quando Tio Sam pegar no tamborim/Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba/Quando ele aprender que o samba não é rumba".