Secretária afirma que passivo histórico explica quilombolas baianos fora de locais de origem

A Bahia tem a maior população quilombola do país, 397 mil habitantes, mas registra o maior número de quilombolas fora das comunidades.

Secretária afirma que passivo histórico explica quilombolas baianos fora de locais de origem
A Bahia tem a maior população quilombola do país, 397 mil habitantes, mas registra o maior número de quilombolas fora das comunidades. Apenas 5,23% moram nas comunidades. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) e fazem parte do Censo 2022.

Segundo a secretária da Promoção da Igualdade Racial, Angêla Guimarães, a desvalorização das comunidades e a falta de políticas públicas ao longo da história influenciam no índice.

"Estamos nisso porque o Brasil historicamente atuava de costas para o reconhecimento das especificidades da população negra, da população rural, das populações tradicionais. Então, essas populações sequer eram contabilizadas. Essa política de valorização é recente. Houve a Constituição de 1988, mas só no governo Lula teve a criação do primeiro ministério da Igualdade Racial, e na Bahia isso começa em 2007. É um reconhecimento tardio", disse ao Bahia Notícias.

Segundo Guimarães, o fato de 95% dos quilombolas baianos estarem fora de suas comunidades traz uma tarefa e tanto para o estado. "Esses números não nos deixam dormir. Esses números ampliam a nossa responsabilidade enquanto Estado. Acelerar processos, fazer com que poços artesianos sejam abertos para que a água chegue nessas comunidades, fazer com que o Minha Casa Minha Vida se amplie, que tenham atendimento básico e primário de saúde, de educação básica, ou seja, uma série de ações", declarou.