Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Municípios

Governo Jerônimo quer aplicar edital Ouro Negro em eventos no interior da Bahia, diz Bruno Monteiro


O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) deseja estender o edital Ouro Negro - utilizado pela gestão estadual para selecionar blocos afros a receberem apoio público no carnaval de Salvador - para eventos no interior da Bahia. De acordo com Bruno Monteiro, secretário estadual da Cultura, o investimento estatal nessas instituições visa dar visibilidade à herança africana no estado e promover uma educação antirracista.

"O Ouro Negro é um bom exemplo de como o estado pode, com pouco dinheiro - são R$ 7,6 milhões neste ano, é muita coisa, mas, para o orçamento do estado, é pouco -, valorizar uma cultura que é quase invisibilizada. Quando a gente fala de Ouro Negro, a gente está falando de apoio a bloco afro, que traz uma beleza e uma força que são pedagógicas. É uma forma da gente discutir toda a educação antirracista, que não é pelo livro didático somente, não é por um discurso, por uma palestra. É pela arte, através de uma apresentação artística belíssima, com toda a sua força, com toda a sua capacidade de encantamento", afirmou Monteiro, entrevista ao podcast Projeto Prisma nesta segunda-feira (27).

O titular da Secretaria Estadual da Cultura (Secult) ainda revelou que já está conversando internamente no governo para que os blocos afros sejam apoiados não apenas durante o Carnaval de Salvador, mas durante todo o ano, devido às atividades culturais realizadas por essas entidades todos os meses.

"O Ouro Negro traz para a gente esse ensinamento. Tanto que estamos conversando no governo - e o governador já falou isso publicamente - uma forma de ampliação do Ouro Negro, para ele ser uma política estadual e não somente Salvador e Região Metropolitana; e ele não ser focado somente no Carnaval. Porque essas entidades que são apoiadas pelo Ouro Negro - e muitas vezes têm no Ouro Negro a sua única fonte de apoio - não fazem Carnaval. Elas fazem cultura. E cultura é o ano todo. Então nós estamos estudando agora um grupo de trabalho para a ampliação desse programa e para a ampliação de editais", revelou o secretário.

Para Monteiro, uma das principais mudanças que precisam ser feitas na área de fomento cultural é fazer com que as entidades não precisem correr atrás de apoio, mas sim o estado oferecer, acompanhar os blocos durante todo o ano e apresentar propostas de outros editais, inclusive em outros países.

"Estou reformulando toda a área de fomento. Não quero fomento como um balcão em que as entidades vão chegar na secretaria e dizer assim: 'a gente está precisando de apoio para isso, estamos precisando de dinheiro para aquilo'. Eu quero uma área de fomento que vá buscar apoio onde quer que esteja - edital da Petrobras, edital do BNDES -, que vá buscar essas oportunidades e vá dizer assim: 'Angola está fazendo um festival de música, que a gente pode conseguir financiamento para mandar uma entidade'. É isso que a gente quer fazer", defendeu o titular da Secult.

"Eu não acredito numa estrutura de poder que seja um lugar em que a sociedade tenha que ficar buscando. O poder público está ali também para facilitar a sociedade civil, para facilitar a vida dessas associações. Eu quero que essa nossa área de fomento, assim como a nossa reformulação do Ouro Negro, seja para ser parceira, para estar junto dessas entidades, buscando formas de financiamento, para que a gente possa fortalecer. Não é só dinheiro. Às vezes, é uma matéria em um grande jornal, é alguma forma de divulgação", concluiu Monteiro.

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!