Bellintani explica adesão à Libra e projeta Liga do Futebol Brasileiro para 2025

Bellintani explica adesão à Libra e projeta Liga do Futebol Brasileiro para 2025
O presidente Guilherme Bellintani explicou, nesta quinta-feira (9), a adesão do Bahia à Libra no projeto de criação da Liga do Futebol Brasileiro. Em entrevista ao Projeto Prisma, do Bahia Notícias, o mandatário afirmou que entendeu que o projeto era mais consistente em comparação ao da Liga Forte Futebol (LFF).

"A Liga do Futebol Brasileiro está na hora de acontecer. Temos agora o ciclo final de contratos já fechados até 2024. Isso é um balizador de mercado. A Liga pode acontecer a partir do momento em que os principais contratos estão em ciclos finais, e é o caso do contrato de TV com a Globo. Entendemos que, Em 2025, o futebol brasileiro precisa de uma Liga. Vai ser uma pena se não acontecer. Mas estou muito confiante que vai. O Bahia demorou a aderir, foi um dos últimos a aderir a um dos blocos. Porque o Bahia caiu para a Série B, e eu precisava cuidar do meu clube. Eu não podia cuidar de um projeto de Liga com o meu clube não fazendo o dever de casa. Dei um passo atrás. Houve uma crise em 2021, no momento em que quase estávamos fechando uma liga pelos próprios clubes. Infelizmente, no final, houve uma briga que eu até participei. Houve um desententimento meu com o presidente do Athletico-PR, Mário Petraglia. Tivemos uma divergência, depois nos entendemos. Naquele momento, houve um problema que deixou o projeto paralisado. Logo depois, o Bahia sofreu com o rebaixamento. Em 2022, o foco foi voltar para a Série A e fazer a SAF. Estávamos em uma crise profunda, e eu precisava estar focado. Conseguimos fazer isso, o que me permitiu em 2023 eu voltar à discussão, e a gente aderiu a Libra por entender que é o projeto mais consistente", contou.

A Libra e a LFF divergem principalmente em relação ao rateio de receitas. A Libra desejava uma divisão 50% igualitária entre os clubes, 25% proporcional à performance esportiva e 25% atrelados a audiência e engajamento. A LFF desejava um modelo 40%-30%-30%. Após as novas discussões entre os grupos, ficou determinado que, caso a receita da venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2025 ultrapasse os R$ 4 bilhões, a divisão será 45%-30%-25%.

"Sinto que os clubes estão engajados dos dois lados. Ambos têm várias razões e vários problemas, e acredito na convergência. Se os clubes estivessem discutindo isso de uma maneira mais reta, de um para o outro, sem a presença de tantos players financeiros, o que é normal, seria melhor", pontuou Bellintani.

O dirigente vê alguns problemas na forma como os debates vêm sendo conduzidos. Ele entende que, antes de pensar no próprio clube, os mandatários precisam fortalecer a Liga.

"Se cada presidente entrar pensando em brigar pelo próprio clube, a Liga não vai acontecer. O bolo precisa crescer. Hoje, o bolo financeiro do futebol brasileiro é de R$ 2 bilhões, aproximadamente. A gente imagina que, com a Liga, possa saltar para R$ 4 bilhões já no primeiro ano, em 2025. Numa divisão que nunca vai ser perfeita e justa mas que, qualquer que seja, vai ser maior para todo mundo. A cabeça tem que ser, num primeiro momento, pensar na Liga e no coletivo, e secundariamente pensar no bolo de cada clube. Lógico que estou com um olho no peixe e outro no gato, mas entendo que a discussão de momento é como fazer com que o projeto seja mais consistente e como criar critérios justos de divisão. A discussão é quanto vale o peso do torcedor no estádio, o peso do pey per view, o peso de uma audiência, e depois, estabelecidos esses critérios, a gente vai para quanto cada um ganha", opinou.

Por fim, Bellintani confirmou que clubes como Flamengo e Corinthians, donos das maiores torcidas do Brail, são dificultadores no processo.

"Sempre são. Os clubes economicamente mais poderosos se acostumaram a um modelo, que veio muito do modelo Globo, a ter uma fatia significativamente maior do que os outros. Flamengo e Corinthians abocanham entre 30 e 40% do PPV do futebol brasileiro. É injusto, desigual, e nem corresponde ao tamanho das torcidas de fato, e nem significaria um campeonato equilibrado que, no final das contas, é um melhor produto. Precisamos sim romper com a lógica de clubes muitíssimos poderosos, e outros que vão para a Série A, batem e voltam para a Série B", disse.