Rui Costa nega que 'ampliação' da linha férrea seja exigência da BYD: 'É um projeto do Estado'

Rui Costa nega que 'ampliação' da linha férrea seja exigência da BYD: 'É um projeto do Estado'
Considerado um grande "baque" na economia de Camaçari, o encerramento das atividades da Fábrica da Ford em janeiro de 2021 deixou um rastro de desemprego na região, com o fechamento de 4,8 mil empregos formais. Contudo, os baianos podem receber uma nova fabricante automobilística dentro do mesmo município e, talvez, dentro do mesmo polo industrial que foi utilizado pela empresa norte-americana.

Em negociações com a Ford e com o governo da Bahia, a companhia chinesa BYD, a maior produtora de carros elétricos do mundo, pretende ampliar seus negócios no Brasil e já anunciou o investimento de R$ 3 bilhões em fábricas no estado, o que geraria cerca de 1.200 empregos diretos apenas na implantação (veja mais aqui).

Uma das "exigências" da empresa, porém, seria a ampliação da linha férrea já existente na região. Ao Bahia Notícias, o governador do estado da Bahia, Rui Costa (PT), negou que a companhia teria imposto a condição para o fechamento de contrato. Segundo o chefe do executivo, a proposta na verdade é um projeto do governo, não uma exigência da empresa.

"Essa é uma estratégia nossa e, inclusive, levaríamos ao presidente Lula. O que acontece é que atualmente ela faz um 'U', ela sai de Camaçari, vem para Simões Filho e volta para Candeias. Nós temos um projeto que é saindo de Camaçari em linha reta para o Porto de Aratu, margeando o Canal de Tráfego da Parafuso. Nossa proposta é que a ferrovia faça esse ramal, não é uma exigência da empresa", afirmou Rui Costa.

O governador também revelou que não necessariamente o espaço utilizado pela BYD será um complexo da Ford, mas que será prioridade por não necessitar de reconstruir uma fábrica "do zero".

"Não é exclusivo o uso da área da Ford. Eu diria que é uma possibilidade grande porque já está construído, mas mesmo que ela venha a utilizar aquela área vai precisar ser feito muitas modificações, a fábrica foi feita para um tipo de tecnologia. Por isso eles estão negociando com a Ford, mas tem a possibilidade de, eventualmente, ser em outra área. Eu diria que é maior a possibilidade de ser na área da Ford porque só teria que adequar as instalações, em outro teria que construir do zero, mas isso é uma negociação entre Ford e BYD", disse o governador.

Rui Costa também comentou que a implementação da BYD teria a produção não só de carros, mas também de ônibus elétricos, baterias e placas solares. O governador afirmou que a intenção é criar um parque tecnológico que, unido com a atualização da ferrovia, favoreça o setor elétrico.

"A ideia é montar um parque de tecnologia, não só de montagem de carros. Ali teremos produção de ônibus elétricos; baterias, que serve para tudo, carro e celular; e também de placas solares. Junto com a mudança na ferrovia, o setor elétrico vai ter um ganho. É bom também para a indústria eólica que quer usar o porto [de Aratu]", disse Rui.