Em SSA, lactantes sem comorbidades pedem inclusão em prioridades para vacina

Em SSA, lactantes sem comorbidades pedem inclusão em prioridades para vacina

Um grupo de mães de Salvador resolveu se reunir para pedir a inclusão de lactantes sem comorbidades no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19. Em uma carta aberta endereçada ao governador Rui Costa (PT), ao prefeito Bruno Reis (DEM), aos secretários de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, e do município, Leo Prates, elas pedem que a estratégia atual seja revista.

No momento, gestantes e puérperas (com até 45 dias pós-parto) já podem se vacinar, mas apenas as lactantes com comorbidades estão habilitadas. O pleito, então, é para que todo o grupo de mães ainda em fase de amamentação dos bebês seja incluído.

"Estamos conscientes da limitação quantitativa de doses liberadas pelo Ministério da Saúde (MS) para os grupos prioritários na Bahia. Contudo, lamentamos a exclusão da previsão da inserção das lactantes na estratégia de imunização realizada pela Prefeitura de Salvador, dado o avanço da pandemia e o surgimento de novas variantes que ameaçam as nossas vidas e dos nossos bebês", diz um trecho da carta.

Elas complementam o texto, afirmando que "pesquisas desenvolvidas ao longo do ano de 2020 comprovam que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno sem riscos para o lactente". Sendo assim, as mães defendem que essa seria uma estratégia de imunização "eficiente e econômica, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno".

Procurada pelo Bahia Notícias, a terapeuta e doula Julia Maia, uma das mães lactantes que participa do grupo, disse que a mobilização começou na noite de quinta-feira (6) e, na sexta (7), elas já divulgaram a carta. Um perfil no Instagram (@lactantespelavacina) também foi lançado para contribuir com o pleito.

A medida se deu após elas tomarem conhecimento de uma resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), instância composta por representantes do governo estadual e dos governos municipais da Bahia, que previu a autorização para a vacinação de lactantes após as prefeituras concluírem a vacinação dos professores.

No entanto, de acordo com Julia, o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, apontou que houve um equívoco e apenas lactantes com comorbidades deveriam ser imunizadas neste momento. Dessa forma, elas cobram uma revisão nos critérios para eleição dos grupos prioritários para que todas as lactantes sejam incluídas.

Em resposta ao Bahia Notícias a secretaria municipal da capital baiana [SMS] ratificou a informação de Prates e informou que a inclusão do grupo depende do governo federal. "Em relação a lactantes, o Plano Nacional de Imunização não as coloca elegível para vacinação. As com comorbidades entram, pois estão no grupo de comorbidades. O PNI só trata das gestantes e puérperas. Infelizmente, a cobrança tem que ser feita ao Ministério da Saúde, bem como esclarecimentos sobre porque não as incorporou", disse a secretaria.