Metallica faz show poderoso para 70 mil em SP e vocalista brinca com parto de fã em Curitiba

Metallica faz show poderoso para 70 mil em SP e vocalista brinca com parto de fã em Curitiba
'Se você for ter um bebê aqui, por favor venha aqui do lado', brincou James Hetfield nesta terça no Morumbi, após fã dar à luz do sábado. Banda mostrou setlist ousado e estrutura impresionante. James Hetfield comanda apresentação do Metallica no Estádio do Morumbi, em São Paulo

Fábio Tito/g1

Diante de 70 mil pessoas que lotaram o Morumbi para ver o Metallica na noite desta terça-feira (10), em São Paulo, James Hetfield se lembrou de um fã especial que apareceu na plateia do sábado (7): o bebê que nasceu no meio do show de Curitiba.

"Se você for ter um bebê aqui, por favor, venha aqui do lado", brincou o vocalista antes de tocar "Fuel", a terceira música do show de São Paulo. Em noite bem humorada e inspirada, ele comandou uma apresentação que fez valer os dois anos de espera por conta da pandemia.

FOTOS: METALLICA E GRETA VAN FLEET EM SP

Metallica faz show em São Paulo

Fábio Tito/g1

Se o show de São Paulo não teve um fato tão surreal quanto um parto no estádio (pelo menos nenhum nascimento registrado até a publicação deste texto), dá para dizer ao menos que a escolha das músicas teve um pouco de surpresa.

Foi incomum a ausência do hit "The Unforgiven" e a presença de "Dirty window" (que eles só tinham tocado uma vez depois da turnê do desprestigiado álbum "St. Anger"), por exemplo.

Das dez vezes que o Metallica veio ao Brasil (1989, 1993, 1999, 2010, 2011, 2013, 2014, 2015, 2017 e 2022), essa foi a melhor em termos de estrutura e visual. São cinco telões gigantes no fundo do palco que aproximam a banda mesmo de quem está nas últimas cadeiras.

Bebê nasce durante show do Metallica, em Curitiba

Metallica faz show em São Paulo

Fábio Tito/g1

As imagens nas telas gigantes, a pirotecnia que chega a esquentar a plateia de tanta labareda, as caixas de som perfeitas e os efeitos de luz fazem parecer que é o Morumbi é quase um cinema 4D - no cenário de guerra montado em "One", por exemplo, um ponto alto do show.

Claro que há limites para a renovação. Até porque desde 2010, quando a banda começou a vir mais para o Brasil (foram sete passagens neste período), eles lançaram apenas um disco. De "Hardwired... To Self-Destruct", de 2016, eles tocaram apenas "Spit out the bone".

Olha que no show de São Paulo eles sacaram até uma música do disco "S&M", de 1999, "No leaf clover". Claro que tiveram as obrigatórias como "Master of puppets", "Enter Sandman" e o mar de luzinhas de celulares de "Nothing else matters". Veja o setlist no final.

Pirotecnia em show do Metallica em São Paulo conta com labaredas de fogo em torres no meio do público

Fábio Tito/g1

A abertura foi da banda brasileira Ego Kill Talent, seguido da americana Greta Van Fleet. O grupo dos irmãos Kiesza fez muito esforço, e encontrou um público com até mais interesse do que o comum para um show de abertura.

O Greta Van Fleet incorpora tão bem o rock da geração anterior à do Metallica, dos anos 70, que parece ter conquistado uma espécie de respeito aos mais velhos mesmo tendo metade da idade de boa parte da plateia.

O público que já lotava o estádio aplaude bastante quando Josh Kiszka corre pelo palco com sua pandeirola e solta gritos longos e agudos que fariam James Hetfield ir direto para a UTI se ousasse o mesmo - sem demérito para ambos, claro que as idades e os estilos são diferentes.

O Greta Van Fleet foi uma escolha não muito óbvia e de alta qualidade técnica - assim como os telões gigantes e o setlist, ajudaram a fazer a décima visita parecer menos repetida.