Bahia pretende reforçar bolsas para atrair mais médicos especialistas

Bahia pretende reforçar bolsas para atrair mais médicos especialistas
O governo do estado pretende ampliar parcerias com empresas do setor complementar de saúde para aumentar o número de médicos especialistas. De acordo com o governador Rui Costa, a política incluirá a concessão e o fortalecimento das bolsas concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb).

A iniciativa, alegou o governador, busca alterar o quadro de distribuição dos profissionais de medicina no território baiano, que são escassos e concentrados em Salvador. A declaração foi feita durante a inauguração do Hospital Mater Dei, no último domingo (1).

Na cerimônia, Rui convidou o grupo mineiro que administra a unidade para a formalização de um acordo. "A grande carência da Bahia nos serviços de saúde é a oferta de médicos especialistas", disse na oportunidade. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) aponta que há um déficit em todas as especialidades.

O quadro de médicos na Bahia possui 24.413 profissionais registrados, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM). Destes, 14.019 estão na capital. A desigualdade na distribuição segue uma lógica nacional em que as regiões Sudoeste, Centro-Oeste e Sul têm a maior parte dos profissionais da área.

A ação junto a entes privados se dá como um desdobramento do programa Bahia Competitiva, que segundo a Fapesb terá um edital específico voltado para o Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 1.211 bolsas de residências médicas são ofertadas pelo governo estadual.

Além desta parceria com a Saúde complementar indicadas pelo governador e pela Fapesb para as especialidades, a Sesab disse que vem participando de discussões para a liberação de novos cursos de Medicina e programas de residência médica no interior para equalizar a conta.

AUMENTO DO VALOR DAS BOLSAS DE PESQUISA

Na inauguração da Mater Dei, Rui Costa admitiu que avalia o reajuste das bolsas de pesquisa (veja aqui) pagas pela Fapesb. Os valores das bolsas estão congelados há pelo menos nove anos, sem correção pela inflação (saiba mais aqui).

"Estamos avaliando e vendo a possilidade dos aspectos legais, já que estamos no ano eleitoral e tudo aquilo que significa aumento de valor tem que passar pela Procuradoria [do estado] para validar em função da lei eleitoral. A gente tem em valores totais hoje o primeiro lugar no Brasil em apoio a mestrado e doutorado em todas as áreas", disse.

Atualmente, a tabela de valores pagos pela Fapesb a pesquisadores variam de R$ 400 a R$ 8.200, sendo o menor para estudantes de iniciação científica e iniciação tecnológica e o maior para pós-doutorandos matriculados em programas no exerior. Doutorandos recebem R$ 2.200, enquanto alunos de mestrado têm bolsas de R$ 1.500.

A agência de financiamento também tem outras faixas de valores para pesquisadores envolvidos em estudos de iniciação científica no exterior (R$ 3.300), mestrado e doutorado sanduiche (R$ 5.200) e pós-doutorado no país (R$ 4.100).

As bolsas baianas se equiparam às praticadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) nas faixas de concessão. Os órgãos de ciência do governo federal desembolsam mensalmente pagamentos que vão de R$ 100 para iniciação científica júnior e R$ 7 mil para a atração de jovens talentos.

Perguntada sobre o reajuste, a Fapesb confirmou que analisa a majoração, mas ainda não há um prazo para que ela aconteça. Caso seja viabilizado, disse a fundação, "ele ocorre de forma linear para todos os pesquisadores e pesquisadoras apoiados", não se destinando apenas aos da área de saúde. Estados como Paraná e São Paulo têm, desde o início deste ano, uma nova tabela de pagamento.