'Dia do Disco' resiste pelo culto ao vinil, já assombrado pelo 'fantasma' do CD

'Dia do Disco' resiste pelo culto ao vinil, já assombrado pelo 'fantasma' do CD
? ANÁLISE – A rigor, disco é termo que, no mercado fonográfico, pode designar tanto single como EP ou álbum. Tudo é disco. Contudo, no nicho dos colecionadores, disco é um objeto. Tem forma física de vinil ou CD.

Celebrado no Brasil em 20 de abril, desde 1979, o Dia do Disco é essencialmente um dia de culto ao vinil. Declarado extinto em meados dos anos 1990, o LP renasceu no século XXI e passou a ser cultuado em nichos em que fãs do som do vinil já se habituaram a pagar caro pela edição em LP de álbum.

A recém-lançada edição em LP do mais recente álbum de Maria Bethânia, Noturno, está sendo vendida por R$ 250 no site oficial da gravadora Biscoito Fino, para citar somente um exemplo de preço em mercado regido pela lei da oferta e da procura.

Há quem pague alto por LPs pelo prazer tátil de manusear um disco. Contudo, o alto preço do vinil já faz com que o culto ao LP comece a ser assombrado pela volta do CD.

Relatórios da indústria fonográfica apontam que, em 2021, as vendas de CD registraram aumento – o primeiro em 17 anos. Já parece crível que, daqui a alguns anos, as bolachinhas prateadas de som límpido serão cultuadas e ficarão valorizadas como o vinil.

Tanto que os recentes álbuns de Caetano Veloso e Marisa Monte, Meu coco e Portas, ambos de 2021, foram editados em CD no ano passado pela gravadora Sony Music no Japão, em países da Europa e em países da América do Sul. O Brasil ficou fora da rota do CD por questões operacionais da companhia fonográfica, para tristeza de seguidores dos dois artistas.

De toda forma, CD também é disco. E tudo indica que, a cada 20 de abril que vier, ainda haverá colecionadores saudando o disco físico na contramão do comércio da música digital.