Presidente da Associação de Eventos faz novo apelo para o setor: 'Auxílio só saiu no papel'

Presidente da Associação de Eventos faz novo apelo para o setor: 'Auxílio só saiu no papel'

O presidente da Associação dos Profissionais de Eventos (APE), Adriano Malvar, foi o convidado do programa Bahia Notícias no Ar, da Salvador FM, desta quarta-feira (28) e falou sobre a situação crítica vivida pelo setor desde o início da pandemia da Covid-19 em março de 2020. Na entrevista com Patrícia Abreu e Maurício Leiro, ele afirmou que são 52 cadeiras de profissionais paralisados e sem atenção dos órgãos responsáveis. "Para o artista chegar no palco, o espetáculo chegar ao teatro, na nossa Bahia, o número de profissionais chega a ser incalculável. Aqui em Salvador, por exemplo, são 230 mil pessoas que trabalham direta e indiretamente", detalhou. Ele apontou que aqui na Capital são 60 mil ligados só para a música. "Tudo na nossa cidade é cultural. São pessoas de fato precisando de uma atenção", clamou.

Nos últimos tempos, algumas manifestações aconteceram ao redor da cidade com o intuito de chamar atenção para a classe, a exemplo da paralisação na região do Iguatemi em fevereiro (relembre aqui). Porém, Malvar reforça que pouco se avançou. "Eventos para a gente é sobrevivência, é necessidade. O auxílio só saiu no papel. Tivemos reuniões com o Estado e prefeitura, mas as ajudas ainda não chegaram nas mãos de quem tem que chegar", alegou.

"A APE já vem fazendo um trabalho [de assistência] desde abril do ano passado com cestas básicas. Porém, chegamos em momento que a pessoa não tem nem dinheiro do transporte para retirar esta cesta. Estou representando profissionais que saem de suas casas às noites para ganhar R$ 30, R$ 40. Não estamos falando aqui de grandes artistas", reforçou. Em nota, 90 cidades da Bahia ainda não repassaram o dinheiro da Aldir Blanc para os artistas que se cadastraram para receber o auxílio. O montante chega a R$ 16 milhões.

Durante o papo, o presidente falou que a associação irá lançar um site agora em maio para leiloar artigos de artistas com renda revertida para os associados. "Enquanto não chega de onde tem que chegar, a gente vai se virando. Tivemos essa iniciativa. Faço meu apelo para que todos os artistas doem alguma coisa para angariar este fundo".

DISSE NÃO AO DRIVE-IN

Questionado ser entende o formato de shows em drive-in como um paliativo para lidar com a situação crítica do setor, Adriano foi direto. "Fui um dos poucos que defendi a não realização desses eventos. Primeiro, a conta não fecha. Segundo vai beneficiar quem? Terceiro, a cadeia da gente é gigante; como é que vai curtir a nossa música dentro do carro? O custo é muito alto. Para compensar, teria que ter um espaço para 10 mil carros. Se voltar, muitos não irão realizar por conta disso", garantiu.

Por fim, falou sobre a provável não realização dos festejos juninos pelo segundo ano consecutivo. "São dessas festas que a gente tira o 13º, renda extra. Estamos indo para o segundo ano sem João João. O que apelo aqui é que sejamos assistidos. 'Não pode voltar? Tudo bem, eu entendo, mas olhem por nós'", implorou. Assista: