Compra de vacinas para empresas terá que ser feita pelo Ministério da Saúde, aponta empresário

Compra de vacinas para empresas terá que ser feita pelo Ministério da Saúde, aponta empresário

Mesmo com a possibilidade do Congresso Nacional aprovar a compra de vacinas contra a Covid-19 por parte de empresas, todo o processo terá que ser feito através do Ministério da Saúde. Segundo o empresário Carlos Wizard, as farmacêuticas fizeram um acordo internacional e só podem vender vacinas para os governos.

Ao Radar Econômico, o empresário disse que está confiante que o Ministério dará seu aval e ele estima que no máximo em 30 dias, a partir da aprovação da lei, eles possam comprar e trazer ao Brasil 10 milhões de doses.

Metade das doses será usada em funcionários de uma centena de empresas que fazem parte do movimento de Wizard e a outra metade poderá ser enviada ao SUS ou destinada a familiares, dependendo do texto da nova lei a ser aprovada. O Ministério da Saúde disse desconhecer o assunto.

A liderança das compras vem sido feita pela Wizard junto com o empresário Luciano Hang. Segundo ele, vacinar os funcionários é necessário porque a previsão do governo para imunizar os 78 milhões de prioritários na fila da vacina levará pelo menos 5 meses, tempo que não pode ser esperado pelos empresários.

"Os Estados Unidos já terão vacinas sobrando antes disso". O empresário não revela com quais farmacêuticas está negociando, mas garante que tem vacina no mundo para ser comprada e enviada imediatamente. Perguntado por qual motivo o próprio governo não compra, Wizard deixa um certo ar de mistério dizendo que coisas nebulosas e obscuras impediam a compra por parte do governo, mas que este obstáculo não existe para o setor privado.

Na semana passada, o ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, deixou o cargo sob forte pressão do Senado que o acusava de atrapalhar as negociações para compra de vacina. Araújo era conhecido por sua admiração a Donald Trump e forte oposição à China.