Lazzo Matumbi tem álbum de 1988 regravado em tributo que inclui Larissa Luz, Luedji Luna e Anelis Assumpção

Lazzo Matumbi tem álbum de 1988 regravado em tributo que inclui Larissa Luz, Luedji Luna e Anelis Assumpção
Orquestrado pelo duo Rabo de Galo com DJ Ubunto, o disco 'Ainda atrás do pôr do sol' celebra os 40 anos de carreira solo do artista baiano, festejado pela obra musical e pelo ativismo. ? Música composta pelo soteropolitano Lazzo Matumbi em parceria com Gileno Félix, o reggae Me abraça e me beija foi lançado em 1988 na voz do próprio Lazzo.

Contudo, fora da Bahia, esse reggae ficou mais associado a Margareth Menezes, cantora que há 30 anos registrou Me abraça e me beija com o cantor jamaicano Jimmy Cliff em gravação bilíngue feita em português e em inglês – na versão intitulada Kiss me e escrita por Cliff com Dominic Smith – para o álbum Kindala (1991).

Trinta anos depois do dueto de Margareth Menezes com Jimmy Cliff, Me abraça e me beija ganha a voz da cantora baiana Luedji Luna em single duplo que chega ao mundo digital nesta quinta-feira, 21 de outubro, anunciando o ainda inédito álbum Ainda atrás do pôr do sol – Uma homenagem a Lazzo Matumbi.

Orquestrado pelo duo Rabo de Galo (formado pelos DJs Bruno Komodo e Peu Araújo) com o DJ Ubunto, o tributo fonográfico alude no título ao nome do álbum Atrás do pôr do sol, lançado por Lazzo Matumbi em 1988 com as gravações originais de oito músicas então inéditas.

Lazzo Matumbi é celebrado em álbum que fica completo em janeiro de 2022

Caio Lírio

Entre essas oito músicas, havia a já citada Me abraça e me beija e Entre mil constelações. Parceria de Lazzo com Gileno Félix, o reggae Entre mil constelações ganha a voz de Fran – nome artístico do cantor carioca Francisco Gil, neto de Gilberto Gil – no single duplo que apresenta o tributo idealizado para celebrar os 40 anos de carreira solo de Lazzo Matumbi com a regravação do repertório do álbum de 1998 por vozes como as de Anelis Assumpção, Josyara e Larissa Luz.

Voz ativista da Bahia, Lázaro Jerônimo Ferreira ficou inicialmente conhecido em Salvador (BA) como Lazinho do Ilê – pelo fato de ter sido um dos vocalistas do bloco afro Ilê Aiyê de 1978 a 1980 – e Lazinho Diamante Negro. Mas foi em 1981, há 40 anos, que se lançou na carreira solo como Lazzo Matumbi com a gravação e edição de single duplo autoral com as músicas Salve a Jamaica (Homenagem a Bob Marley) e Guarajuba.

No álbum Ainda atrás do pôr do sol, os três DJs reapresentam com beats contemporâneos as oito faixas do LP de 1988, título relevante (mas até então esquecido) da discografia brasileira, por sedimentar a trajetória solo de Lazzo Matumbi e por promover a elevação da autoestima do povo preto com o repertório ora rebobinado pelo trio de DJs com os convidados.

Se Abolição (Lazzo Matumbi e José Carlos Capinan) ressurge com Nikima, Cidade do amor (Leguelê Marques e Wilton Coelho) – única música do disco sem a assinatura de Lazzo – emerge com a voz de Josyara.

Mexa-se (Lazzo Matumbi e Teni Versoza) junta Anelis Assumpção e Curumin. A música-título do álbum original, Atrás do pôr do sol (Lazzo Matumbi e Gileno Félix), é cantada por Fabriccio. Larissa Luz interpreta Lá vem os homens (Lazzo Matumbi e Gileno Félix) enquanto Nara Couto reverbera Lamento (Lazzo Matumbi e Gileno Félix).

A cada mês, um single duplo será lançado até que o álbum Ainda atrás do pôr do sol fique completo com as oito faixas em janeiro de 2022.

O duo Rabo de Galo e o DJ Ubunto são os criadores do tributo 'Ainda atrás do pôr do sol – Uma homenagem a Lazzo Matumbi'

Victor Takayama / Divulgação